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Eleições 2022: “Nós” versus “eles” pode cansar eleitor

Por José Antonio Valois 

Uma tática que se prolonga demais torna-se contraproducente – Saul Alinsky

A polarização política no Brasil se acirrou muito nos últimos anos. As redes sociais foram um ambiente propício para alimentar e disseminar conceitos bem rasos do que é direita e esquerda. Os memes eram suficientes para angariar novos adeptos e “comprovar” pseudoteorias.

Os políticos souberam aproveitar ao máximo esse ambiente beligerante para obter êxito nas urnas. Gente que nunca havia disputado eleição chegou facilmente ao poder.

Falta menos de um ano para as eleições de 2022. Muitos políticos querem manter viva essa polarização porque esse ambiente hostil lhes é vantajoso. É aquela velha tática de dividir para conquistar.

A esquerda usou e abusou ao imprimir sua agenda econômica e cultural. E ela é a principal responsável pelo surgimento de uma “direita” tão intransigente quanto os xiitas esquerdistas.
Mas será mesmo que essa receita vai funcionar em 2022?
Estamos ainda vivendo uma pandemia que trouxe várias consequências para a população.

A inflação tem impactado, principalmente, nas camadas mais pobres. Gasolina de R$ 8,00, botijão de gás de R$ 110,00, famílias comprando ossos terão protagonismo nos discursos políticos.

Outro ponto interessante: a população aderiu à vacinação. Quem apostou que as pessoas seriam resistentes as vacinas terão que encontrar uma boa saída para realinhar seu discurso.

O brasileiro-médio está esperando propostas de como os políticos poderão solucionar seus problemas.

Se colocar com 1ª, 2ª ou 3ª via não será decisivo para vitória. Apostar no discurso do “nós” versus “eles” não deve ter o mesmo peso que teve em 2018.

O eleitor quer saber do Pós-Covid, da geração de emprego, do aumento do poder de compra, etc.

Pacificar o Brasil é papo de intelectual. O povo tem urgência de viver melhor. Alimentar a esperança é bom, mas encher a barriga de quem tem fome é muito melhor.

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